terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Não se encontra o que se procura


Título: Não se encontra o que se procura
Autor: Miguel Sousa Tavares
Editora: Clube do Autor
Nº de páginas: 266

SINOPSE

A escrita, a viagem, a memória, a vida fora da espuma dos dias, dentro da verdade, naquele momento de luz, onde as estações do ano convocam a sabedoria, a descoberta, o apelo do desconhecido, o instante em que tudo pode acontecer.

Nesta viagem fora do seu quarto, Miguel Sousa Tavares transporta-nos ao seu mundo mediterrâneo, ao sul de Portugal, à Croácia, a Roma, à Sicília, ao Brasil e aos lugares da História por onde passaram figuras gigantes. No regresso a casa, explica a razão da sua escrita. A sós, com as palavras, viaja para dentro de si para partilhar aquilo que só os grandes contadores de histórias sabem fazer, seguindo o lema: "Viajar é olhar".

Uma pergunta fica suspensa nas manhãs de Verão e nas noites de luar: Como é que se regressa quando não se sabe porque se partiu?


AS MINHAS OBSERVAÇÕES

Por vezes somos atraídos para um determinado livro sem sabermos explicar o porquê. Acho que foi isso que me aconteceu com este livro. Já tinha tido o livro na mão por diversas vezes e já tinha lido umas frases soltas cujo tom poético de Miguel Sousa Tavares (MST) até me agradou, mas nunca me tinha decidido pela compra do livro ou pela sua leitura. Talvez a promoção na Wook tenha sido decisiva para que este livro me chegasse às mãos definitivamente e penso que foi dinheiro bem gasto. 

No site da Wook este livro está catalogado como literatura de viagem, mas acho que esta classificação é um pouco redundante. Este livro tem algo de literatura de viagem, pois alguns capítulos consistem precisamente nas impressões do autor sobre sítios por onde viajou, mas é mais do que isso. Alguns capítulos consistem também num registo diarístico de MST em que este aborda assuntos vários. Em outros dois ou três capítulos MST fala sobre História. E ainda noutros fala sobre livros, a escrita e literatura.

Não se encontra o que se procura é um livro de registos, olhares, sentidos e prazeres em que as observações do autor demonstram como viajar é olhar e como não devemos deixar de fazer o que Saramago escreveu em Ensaio sobre a cegueira - se podes olhar vê, se podes ver repara. Neste exercício de olhar, ver e reparar, MST deixa-nos um livro leve com um certo tom poético que, tenho por certo, herdou da sua mãe, a poetisa Sophia de Mello Breyner.   

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